O Bar Anhanguera parecia ter surgido pra quebrar a monotonia dos bares que aparecem a todo instante em São Paulo apostando exclusivamente na dupla cervejas básicas e carnes grelhadas. O problema é que não basta ser diferente, é preciso manter a qualidade.
Mas vamos começar com a parte boa. Por lá, é possível encontrar diversas cervejas especiais produzidas em terras tupiniquins, como a mineira Backer, a fluminense Therezópolis Gold e a gaúcha Dado Bier (entre R$ 4 e R$ 15), ainda raras em solo paulistano.
Na primeira visita, a gelada que aguçou mesmo nossa curiosidade foi uma pilsen chamada Haus Bier, da qual eu, Fernando, que saio por aí me passando por cervejeiro, nunca tinha ouvido falar. O detalhe mais curioso é o seu local de origem, a longínqua cidade de Vilhena, em Rondônia.
Pedi logo pra ser apresentado a uma long neck e gostei bastante. É leve, porém saborosa, acima da média das pilsen mais populares do mercado. Semanas depois fiquei sabendo que em Porto Velho tem até choperia da Haus Bier. Entrou pra lista de locais que o Brincando deve conhecer.
Outro ponto positivo do bar é o atendimento. Quem pede uma cerveja especial por lá não corre o risco de observar fenômeno comum em alguns outros locais: ver o rosto do garçom se transformar em um enorme ponto de interrogação logo após ouvir o pedido.
Até aí a proposta funciona bem, porém chegou a hora de justificar o início do texto. Pois bem, é nos tira-gostos que a coisa pega. Na primeira visita, do criativo cardápio, inspirado nas cinco regiões brasileiras, escolhemos a porção de nome Moraes Navarro, que consiste em bolinhos de carne com castanha-do-Pará. De imediato se tornou candidata ao I Prêmio Brincando de Chef de Gastronomia, que promoveremos em dezembro. Porém, em um outro dia (na 3ª visita) , a delícia de outrora tinha se transformado em uma fritura encharcada em óleo e com um inexplicável gosto de salgadinho requentado no microondas.
Depois de algumas cervejas pra tentar esquecer, resolvemos pedir a sobremesa de nome São Francisco. Tradução: quindim com sorvete de tapioca e saladinha de frutas. Depois da primeira colherada, chegamos ao consenso de que aquela não era nossa noite. Isso porque também já tínhamos provado antes e ficado com água na boca. Dessa vez, o quindim não parecia o mesmo e o sorvete artesanal de tapioca tinha sido substituído, sem qualquer aviso, por sorvete de coco desses de supermercado.
Um pena, pois é um lugar agradável, com bom atendimento, ótimas opções de cerveja e fica fora do manjado circuito noturno da cidade. Só resta esperar que o Anhanguera corrija os erros e que tudo não tenha passado de desacertos em uma noite cujo movimento estava acima do normal.
Bar Anhanguera: Rua Tito, 25 – Vila Romana – São Paulo http://www.baranhanguera.com.br
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