A Oettinger Hefeweissbier Naturtrüb (trigo clara) até começa bem. O aroma agrada, a cor lembra suas melhores concorrentes e no primeiro gole o gosto satisfaz.
Em geral, não é frescura dizer que uma cerveja de trigo é frutada. Nessa, em especial, percebem-se “notas” (baixou o Saul Galvão) de banana e, no final, gosto de especiarias, principalmente cravo.Porém, em se tratando de cerveja não é mesmo a primeira impressão que fica. Ao continuar a degustação se torna fácil notar o excesso de gás, a ausência de espuma – imperdoável para uma weiss – e, o mais frustrante, uma leveza desproporcional que se traduz em falta de corpo, deixando a bebida até um pouco aguada.
Futuramente vamos provar a versão engarrafada para verificar alguma diferença. Por enquanto, dá pra dizer que, apesar de produzida desde 1731, a Oettinger é prova viva de que nem tudo que reluz é ouro. Ou, na linguagem do chef, nem tudo o que vem da Alemanha é cerveja excelente.
E por falar nas cervas germânicas, enquanto lá eles definiram há 500 anos que conservantes e cerveja não formam par, por aqui alguém deve ter achado mais importante definir que as latas de cerveja precisam ser todas iguais: claras, com tons dourados e letras, na maioria das vezes, em vermelho. Provavelmente menos por culpa dos nossos designers de embalagem do que da ausência de ousadia dos executivos que aprovam as criações deles. Repararam como até uma cerveja alemã razoável é acondicionada em uma linda lata?
Sugestão do chef: Só leve pra casa se a única outra opção de cerveja de trigo disponível na prateleira for a Bohemia Weiss.
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