23 de nov. de 2007

Uma tarde no bairro japonês

Estávamos apenas aguardando o Tony e a Cecília retornarem de viagem para nos conhecermos pessoalmente. O Tony é o autor do Blog de São Paulo e do De viaje a Brasil, ambos escritos em espanhol e destinados aos turistas. O primeiro é repleto de dicas e curiosidades sobre a cidade de São Paulo. Já o segundo traz informações sobre todo o Brasil. Recentemente ele criou um novo blog, com detalhes da viagem que fez com a Cecília pela Patagônia. Imperdível pela preciosidade do conteúdo e pelas lindas fotos dignas de cartão-postal.
Antes da partida deles para as terras argentinas, combinamos que nosso primeiro encontro não-virtual aconteceria em algum restaurante da Liberdade, tradicional bairro oriental do centro de São Paulo.

Eu gosto demais da culinária oriental – especialmente da japonesa – mesmo tendo conhecimento limitado sobre o assunto. O Fernando é novato nessa área, até gosta um pouco de comida chinesa, mas ainda não morre de amores. Por isso fiquei algum tempo sem freqüentar a Liberdade. Não achava graça comprar produtos orientais nas mercearias e lojinhas de presentes, sem me esbaldar nos restaurantes típicos.
Mas depois do agradável encontro com nossos novos amigos, parece que essa situação vai mudar. O Fernando voltou animado e quer visitar outro restaurante oriental em breve (tá certo que boa parte dessa animação é culpa da simpatia do Tony e da Cecília).
Quem chega à Liberdade percebe que a cultura japonesa não é a única que predomina no bairro. Influências chinesas e coreanas também se mostram presentes. E na culinária não é diferente.
Um pouco disso pode ser encontrado na Churrascaria Galvão Bueno, restaurante sugerido pelo Tony para o nosso almoço.

Com ambiente simples e bastante informal, a casa oferece exclusivamente o sistema de bufê, com especialidades das cozinhas japonesa, chinesa e coreana (R$ 24 por pessoa).

Há opções de pratos quentes e frios, desde os comuns para os brasileiros até os mais inusitados, como essa gelatina de soja (no recipiente do meio).

Legumes e vegetais apareciam na maioria dos pratos frios, com destaque para as versões condimentadas e em conserva.



A variedade de molhos e temperos não se limitava ao tradicional molho shoyu, acompanhamento obrigatório para o sashimi, que, por sinal, estava fresquíssimo e muito saboroso.


Até o Fernando, que não dá muita bola pra peixe cru, concordou.
E com os sushis não foi diferente, todos super caprichados.


O de salmão, kani e nabo era o mais interessante. Fatias de pepino e broto de nabo deixaram a combinação mais atraente e bonita.

Partimos para os pratos quentes começando pelo guioza, popular pastel chinês recheado de carne.

Queria ter provado o yakimeshi (arroz com ovos, legumes e cebolinha) e o tofu (queijo de soja) refogado em molho picante.

Mas esqueci e fui direto para o carro-chefe do restaurante: o bulgogui, churrasco coreano em que finas fatias cruas de carne bovina e suína recebem tempero especial e são grelhadas pelo próprio cliente nas chapas instaladas nas mesas.


A cena é curiosa, e um tanto quanto esfumaçada, mas o resultado foi dos melhores: carne macia e com ótimo sabor.

E para terminar o almoço, uma leve e aromática sopa de missô (pasta de soja).

Depois dela, deixamos o restaurante em direção à padaria mais badalada da região, mas no caminho paramos em uma mercearia para tomar algum dos sorvetes coreanos que invadiram o bairro e são o sucesso do momento por lá.


O sabor melão (R$ 3,20) é o mais gostoso, se bem que esse outro que parece uma fatia de melancia (R$ 3,90) não fica atrás.

E se achou diferente, saiba que há versões bem exóticas, como a de doce de feijão! Mas o que experimentamos de mais exótico mesmo foi o suco Pobá (R$ 7) da Bakery Itiriki, a tal padaria que citei há pouco (e que não permite fotos internas).

O gosto não é estranho como o nome. O que pedi se trata de um suco de frutas cítricas misturado com pedaços de gelatina e bolotas de sagu. Mais divertido que saboroso.
A Itiriki funciona no sistema self-service. Basta pegar uma bandeja e se servir das delícias que ficam expostas em uma gôndola no centro do salão. Depois é só passar no caixa e acertar a conta. Quem quiser algum doce ou salgado que necessite de refrigeração deve ir até o balcão e fazer o pedido.
A padaria costuma estar sempre cheia, e não é pra menos, pois as guloseimas são bem feitas.
Eu fiquei com a delicada mousse de matchá (R$ 5,90) – chá verde em pó –, de sabor bem suave.


O Fernando preferiu o muffin de chocolate (R$ 3,90).

Pelos mesmos R$ 3,90, o Tony escolheu sonho e a Cecília, donut de chocolate.


A essa altura já estava quase anoitecendo. Antes de nos despedirmos, ganhamos outros dois novos amigos.

Sugestão do chef: Fique atento ao horário de funcionamento da Churrascaria Galvão Bueno. De segunda a sexta das 12h às 14h30 e das 18h às 22h. Aos sábados, domingos e feriados das 12h às 15h e das 18h às 22h.


Churrascaria Galvão Bueno: Rua Galvão Bueno, 451, Liberdade – São Paulo – SP – Tel.: 3277 1970
Bakery Itiriki: Rua dos Estudantes, 24, Liberdade – São Paulo – SP. – Tel.: 3277-4939

14 comentários:

  1. Que experiência bacana (e por que não dizer bem paulistana?), ainda mais por terem conhecido o Tony e a Cecilia...não os conheço pessoalmente, mas virtualmente já dá para ver que são simpaticíssimos.
    Uns finais de semana atrás tentamos fazer bulgogui em casa. Não deve ter ficado parecido ou autêntico, mas que ficou saboroso, ah, ficou :-)

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  2. Que show hein galera!! Demais essa experiência :-)

    Sempre que planejei ir à Liberdade, tava uma chuva danada. Daí não rola né?

    Bjo

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  3. Quando fui a este restaurante era completamente diferente. Está melhor agora.
    Comi bul-go-gui hoje! Mas foi no Bom Retiro. Já foram lá, acho que daria uma bela publicação no blog.
    Experimentei otros três sabores do sorvete coreano hj: cacau, feijão branco e banana (calma, experimentei dos meus pais e comi só um). rsrs
    Que chatice não poder fotografar dentro do Itiriki bakery...
    bjo,
    Nina.

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  4. Mas quanta coisa boa num post só! Assim vocês me matam...De curiosidade e de fome!

    Eu adoro o clima simples e saboroso da Liberdade, apesar de ter ido lá só uma vez.

    Tenho uma amiga daí que diz que na Liberdade quase todos os lugares que você se atira, tem alta probabilidade de acertar. É vero isso?

    Abraços

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  5. Emília, foi o máximo! E fazer bulgogui em casa deve ser, no mínimo, divertido.

    Diogo, a chuva atrapalha um pouco porque as calçadas da Liberdade são estreitas e não deve ser fácil circular por elas com guarda-chuva.

    Ai Nina, sempre morremos de rir nossas coincidências! Faz tempo que queremos ir ao Bom Retiro, conhecemos pouca coisa dessa região. E esse sorvete de cacau eu não me lembro de ter visto por lá, mas deve ser muito bom. E o que achou do sabor feijão branco?

    Diego, é vero. A Liberdade é simples mas a qualidade dos restaurantes, mercearias e lojas se destacam. Quando estiver em SP vale planejar um passeio com calma por lá.

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  6. Ola. Derrepente, sem aviso chego de novo ao Bairro da Liberdade, que bom, que saudades, tanta, mas tantas lembranças boas. Minha mãe adorava ir passear lá, tenho ainda algumas camisas de seda que ela comprou, uma de cada cor. Depois de andar, andar e ainda andar, íamos comer nos restaurantezinhos, nos barzinhos, mas não conheci os que vocês falaram, tenho pena, fica para a próxima ida a SP.
    Um Beijo
    Natural Naturalmente - Márcia
    http://medicinasnaturais.blogspot.com/
    http://comernaturalmente.blogspot.com/

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  7. O de feijão branco, apesar do formato de peixe, é muito bom. Por fora é um wafer e dentro a massa do sorvete e um tipo de calda/geléia que não tenho certeza de que era.
    bjo,
    Nina.

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  8. Márcia:

    Bom saber que nosso post te trouxe lembranças boas.

    Nina:

    O formato de peixe é bem estranho mesmo, mas pela sua descrição, o sabor deve ser bom.

    Abraços

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  9. Débora e Fernando,

    Se morasse em São Paulo iria querer participar dessa viagem ao liberdade!

    Pessoalmente, gosto muito da comida oriental e ela faz parte do dia a dia aqui em casa.

    Esse suco Poba andei tomando lá fora e não agradei muito. Do resto como tudo. Gosto até dos doces feitos de feijão.

    A comida Japonesa, principalmente, é uma comida que se aprende a gostar. Lida com gostos ora fortes e ora sutis não comuns por aqui. precisou chegar um português para ensinar o japonês a fazer fritura: Tempura (Vem do português temperar..., pelo menos foi a versão que recebi).

    Essa mousse de chá verde estava muito bonita. A panificação e a confeitaria no Japão de hoje em dia são muito delicadas. Não sei se essa padaria, que não gosta de propaganda, segue a linha lá de fora.

    O melona chegou em BH, mas na mercearia Japonesa está saindo por 4,60... Tudo bem, deve ser um pesadelo logístico (acho que o Katsuki, já disse isso) trazer um sorvete da Coréia para Belo Horizonte.

    Ando um pouco sobrecarregado e só agora pude deixar um comentário aqui. Mas sempre que venho tem muita coisa boa para ler, ver e colocar na lista de prioridades quando for a Sampa. Parabéns pelos posts!

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  10. Amigos, estamos de volta e finalmente conseguimos ler sua matéria. Ficou muito boa e as fotografias estão lindissimas!!! Vamos repetir logo mais.

    Diogo, há tantas lojinhas e restaurantes na Liberdade que sempre é fácil fugir da chuva. O Fernando e a Débora ficaram descontrolados dentro do supermercado oriental... (brincadeira!).

    Rodrigo, para quando esse passeio pela Liberdade?

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  11. Rodrigo, concordamos com você que comida japonesa é algo que se aprende a gostar por ser bem diferente do que estamos acostumados, assim como toda cultura oriental.
    Estamos nos aprofundando na gastronomia japonesa aos poucos e descobrir esses sabores que se mesclam de forma tão diferente está sendo uma experiência encantadora.
    Muito obrigado pelo reconhecimento. É muito gratificante saber que você, que tem um blog tão bacana e importante, gosta dos nossos posts. Tentamos sempre passar as informações da melhor maneira possível.
    E agora que vimos sua animação com o passeio pela Liberdade, está convocado, por nós e pelo Tony, a vir pra São Paulo e repetir a dose junto com a gente!

    Tony, seu post também ficou ótimo, foi realmente uma tarde muito agradável. E nós ficamos mesmo descontrolados dentro dos supermercados, chega até a ser engraçado! Por isso que não encaramos um passeio por lá com chuva. Imagine nós, desbaratinados, entrando em todos aqueles supermercados com a desculpa de fugir da chuva? rs rs
    Agora precisamos repetir o passeio e quem sabe, da próxima vez, o Rodrigo não vem junto, né?

    Abraços,
    Débora e Fernando

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  12. Débora e Fernando,

    só consegui chegar por aqui agora ! O texto está ótimo e as fotos muito fiéis, dá até para sentir o gostinho... O sushi de broto de nabo, apesar de meio grande para ir inteiro para a boca, estava muito "interessante".
    Estamos conseguindo um grupo e tanto de adeptos (ou quase...) da culinária japonesa. Podemos sair pela Liberdade e experimentar outros lugares e sabores. É só combinar !

    Débora, por lá não tem loja de sapatos, mas consegui comprar um chinelinho para andar dentro de casa !

    Um abraço !

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  13. Oi Cecília!
    Que bom que gostou das nossas impressões. O relato no blog do Tony também ficou ótimo e as fotos então, nem vou comentar!
    Logo mais faremos uma excursão pelo bairro! rs
    Ai, não adianta, nós mulheres achamos roupas e sapatos em todos os cantos e para todas ocasiões.
    Um abração,
    Débora

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  14. eu costumo tomar o suco de pobá com chá verde. a textura é parecida dos nossos mates com leite com o sabor levemente amargo do chá verde.

    gostei do blog, agora nos favoritos!

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