13 de nov. de 2007

A coisa tá russa

Noite de sábado. Marcamos de ir a um restaurante com a Nina e o Marcel, que fazem um dos nossos blogs preferidos, o Gourmandise.
Restaurante russo chamado Café Pittoresque. Nenhum de nós conhecia. Pequeno, iluminado e... praticamente vazio. Uma vez ouvi de um taxista que era pra desconfiar dos restaurantes vazios. Só lembrei disso depois.

Enquanto esperávamos, a Débora fotografou a rosa vermelha que decorava a mesa. Eu tentava me entender com as letras pequenas e confusas do cardápio.

Os novos amigos chegaram, nos apresentamos, conversamos um pouco e fomos tentar entender as opções de menu-degustação. Quando quatro pessoas ficam confusas, deve ser sinal que o cardápio não está claro.
Finalmente pedimos as entradas. A espera foi regada a boa conversa e muita risada. Até que fomos servidos. E os nossos problemas começaram...

Do Zabuski Frio (R$ 25), gostamos dos cogumelos marinados e dos pedacinhos de beterraba temperada. Bons, nada mais. As ovas de capelim e o salmão marinado eram dispensáveis. Tinha também um creme maturado, com gosto de... nada, não tinha gosto de nada. Vinha acompanhado de um pão específico, o garçom até ajeitou do lado.

Mas pra nós era o mesmo pão que acompanhou o Zabuski Quente (R$ 25).
Por falar nele, estava melhor. Gostamos do pastel de ovos mexidos chamado Goutap, das almôndegas (Tefteli) e, principalmente, do folheado de berinjela. Os cogumelos gratinados não empolgaram. O mesmo vale para o Piroshki, uma espécie de pastel assado.

A expectativa, então, ficou por conta dos pratos principais. Para a Nina, perdiz assada com molho de mirtillo (R$ 25).

Para o Marcel, (apenas alguns) cubos de cordeiro com (muito) arroz e especiarias (R$ 26).

E para saber o que eles acharam, é só entrar aqui.
A Débora pediu um filet strogonoff original (R$ 28), no intuito de provar a versão autêntica do prato russo. Saiu dizendo que conhece versões brazucas muito, muito melhores.

No começo gostei da minha truta cozida em vinho branco e recheada com arroz de ameixas e nozes (R$ 25).

Depois comecei a achar condimentada demais, ou com excesso de vinho, não sei dizer. Sem falar que não precisava tanto arroz (tinha no recheio e também como guarnição).
Fomos persistentes e encaramos uma sobremesa. Escolhemos blinis recheadas com mel e geléia. Nunca tínhamos provado. E continuamos sem provar, já que a massa servida era idêntica a um crepe.

Só faltou o recheio de Nutella, como bem lembrou a Débora.
Valeu pela companhia e o bom-humor da Nina e do Marcel. Rimos bastante – motivo não faltou – e aprendemos um pouco mais de gastronomia com quem realmente entende.
E valeu também pelo delicioso brownie com doce de leite que a Nina preparou especialmente para nós.


De resto, podemos dizer que finalmente entendemos o sentido daquela antiga expressão “a coisa tá russa”.

Sugestão do chef: Hummm... posso pensar um pouco mais?

Café Pittoresque: R. Fradique Coutinho, 832 – Vila Madalena – São Paulo – SP – Tel.: (11) 3097-0939

13 comentários:

  1. Como o mundo é pequeno! Sou brasileira, eu moro em Moscou. Posso dizer que a comida daqui é bem diferente dessa que apresentaram pra vocês. Conheço zakuski, que é um prato servido como entrada que é composto por pão preto, cogumelos, beterraba, picles de pepino...bem diferente desse que eu vi! rsrsr
    E o stroganov vem com batatas e tiras de carne com sour cream e molho de cogumelos e cebola... e essa blini, estranha né?
    Acho que o taxista estavva certo...abraços

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  2. Bom, a Andrea deve conhecer bem a culinária russa! Não somos nós que achamos a comida um pouco diferente do idealizado...rsrs
    O Brownie ficou todo amassado! Sorry! Chegamos atrasados porque ele demorou para esfriar...
    Vou linkar no nosso post sobre o de vcs.
    precisamos repetir a saída!

    bjinho,
    Nina.

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  3. Andrea, como deu pra perceber, ficamos bem decepcionados. Ainda mais agora que você confirmou que a culinária russa é bem diferente dos pratos que provamos.

    Nina, as risadas, a companhia de vocês e o seu brownw salvaram a noite!

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  4. oi, estou passando para te convidar e quem mais que quiser para conhecer o CIA das Agulhas, um fórum de artesanato. Entre e se cadastre, é GRÁTIS!

    www.ciadasagulhas.net

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  5. Débora e Fernando,
    Fui com minha mãe ao Hi Pin Shan hoje (Santo Amaro).
    Achei muito bom, o tempero deles é diferente da maioria dos chineses, é mais adocicado.
    Ainda quero provar o Pato à Pequim deles (precisa encomendar).

    bjo,
    Nina.

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  6. Ola, acabei de conhecer o site de vcs, atraves do Chucrute com Salsicha. Achei encantador.
    Débora, a Nina bem podia nos dar a receita desse maravilhoso brownie, fiquei com agua na boca.
    Anna
    anna.tavares@terra.com.br

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  7. Nina, o Hi Pin Shan está no meu caderninho, mas acho que na unidade de Perdizes.

    Anna, obrigada pela visita. Volte mais vezes! No blog da Nina, se não me engano, tem alguma receita de brownie.

    Beijos,
    Débora

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  8. Meninos, que decepção...eu tinha vontade de conhecer o Café Pitoresque, mas depois dessa, desanimei.
    E concordo com vocês...restauramente muito vazio é um problema.

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  9. Emília, coloca decepção nisso!
    mas caso arrisque uma visita, por favor, escreve aqui contando se teve mais sorte que nós.

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  10. Débora e Fernando, se forem ao Hi Pin Shan de Perdizes, me avisem! O restaurante fica a quatro quadras do meu prédio.

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  11. Um restaurante russo no Brasil? Eu tenho vontade de ir a Terezópolis só para conhecê-lo:
    http://www.donairene.com.br/

    Li sobre ele num blog e tentei recuperar o link mas a página está modificada e não encontrei. Porcurei no Google e li este depoimento:
    "É o restaurante D. Irene. O nome do restaurante é em homenagem a sua falecida fundadora. Ao estacionar, você será recepcionado pela simpatia do casal, donos do restaurante, Sr. Isbelo e D. Emília. Todo serviço de cosinha é artesanal, e russo autêntico - a vodka é preparada no local. A dedicação e o esmero no preparo das deliciosas iguarias é sempre o mesmo. Somos atendidos com a maior cortesia e amabilidade. Ambiente simples, descontraido e bem acolhedor, tem a marca registrada dos seus donos que rapidamente conquistam nossa amizade. E, por tudo isso, não vá sem antes fazer reserva. Saí do Rio e fui lá várias vezes somente para almoçar. Vale a pena. É fora do comum."

    Eu terei de sair de Minas para lá almoçar...

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  12. Olá! Sei que meu comentário está meio atrasado... rs... Mas é que eu queria descobrir se o Café Pittoresque tinha fechado e acabei cainda aqui. Então, acho que ele fechou, sabia?
    O engraçado é que eu fui diversas vezes ao Pittoresque e nunca tive essa impressão ruim que vocês tiveram. Mas concordo que no dia que vocês foram estava tudo meio estranho... Já comi quase todos os pratos que vocês pediram, mas nem eu estou reconhecendo essas fotos! Será que o chef faltou no dia???
    Então, não sou expert em culinária russa, mas era uma apaixonada pela cultura (inclusive fiz aulas de russo por 2 anos!). Meu professor sempre disse que a comida russa não é boa. É muito rústica, sem graça. Naquele frio eles se viram com o que tem... Precisam de calorias, não de sofisticação.
    O proposta do Pittoresque era fazer uma cozinha russa mais sofisticada, mas conversando com um funcionário do restaurante uma vez, ele disse que não funcionou muito. Os brasileiros não se adaptaram e eles tiveram que alterar alguns pratos (a começar pelo pão - que era muito azedo para nossos padrões).
    Fui com um filho de russos ao restaurante, que aprovou a comida, sim. Ele disse que, apesar de mais rústica, a comida russa era aquilo mesmo. Acho que muita gente acaba imaginando que a comida russa é muito mais do que ela realmente é e se decepciona...
    Ah... E eu adorei o strogonoff... Era muito parecido com um que eu provei uma vez, feito por uma russa...

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  13. Elisa,

    Muito legal seu comentário. Algumas pessoas disseram o mesmo: que o restaurante não era ruim. Mas naquela noite realmente nos decepcionamos. Não sabemos praticamente nada sobre a culinária russa, por isso precisamos conhecer outros restaurantes para formarmos uma opinião.

    abraços,

    Débora e Fernando

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