– Vai um chopinho ou uma Original?
– Não, não. Vou querer uma Coopers Sparkling Ale (a melhor da marca australiana, vendida por R$ 12).
Nesse momento o garçom gruda os olhos no cardápio como se quisesse apenas confirmar sua convicção de que nenhuma bebida listada tinha nome sequer parecido com o que acabara de ser pronunciado.
Por sorte, num estalo, desloco o olhar para uma das paredes, vejo um quadro justamente da cerveja que ousei solicitar e grito com a certeza de ter sido salvo:
– Olha, é aquela ali do quadro. A da garrafa vermelha!
O mais inusitado é que a cena ocorreu no Paralelo 12:27, que, além de ser um dos mais interessantes bares da Vila Mariana, faz questão de disseminar o conhecimento cervejeiro, promovendo degustações.
Apesar do episódio tragicômico, vale a pena conhecer o local. Uma das razões é a possibilidade de provar o kit degustação da Eisenbahn (R$ 3), com as versões pilsen, trigo, pale ale e escura servidas em copinhos de 75 ml. O casal da mesa ao lado pediu e, justiça seja feita, recebeu de um outro garçom explicações precisas sobre as características de cada variação.
No quesito cerveja em garrafa, ganha destaque a boa variedade de nacionais, entre elas a ainda rara Dana Bier. Seis marcas belgas com preços entre R$ 10 e R$ 24 (long neck) também chamam a atenção dos bebedores de plantão, como este que aqui escreve.
Nos dias quentes, vale tentar uma mesinha na parte aberta. Já no frio dos tempos atuais não há outro jeito senão ficar na parte interna e observar com calma a bela decoração, inspirada nas antigas estações de trem.
E seja qual for a temperatura, o bolinho de arroz com calabresa (R$ 15, seis unidades) é uma excelente pedida. Só não precisava vir com uma folha de alface forrando o prato! Outra coisa que não combina com a essência do lugar.
E como cerveja pouca é bobagem, uma sugestão para a saideira é a Weihenstephan Tradition, uma boa dunkel com sabor de malte tostado e bastante espuma.
Para os mais nacionalistas, o bar reserva um vastíssimo portfólio de cachaças. Acho que depois da terceira dose ninguém se incomoda mais com o “sertanejo moderninho” que tocava no som ambiente sabe Deus o porquê. Da próxima vez as cervejas que me desculpem...
Sugestão do chef: a Débora não bebe refrigerante, mas se lembra com saudades do gosto da tubaína. Enquanto eu tentava me entender com o garçom, ela foi logo pedindo uma (R$ 3,50). Esperta, não?
Outro dia degustei a Coopers Sparkling no Drake's. Achei boa, talvez um pouqinho doce a mais no final. abraço, Nina.
ResponderExcluirEu gosto bastante da Sparkling Ale, Nina. Já a Coopers Pale Ale acho só razoável. Abraços, Fernando.
ResponderExcluirSou o produtor da Dana Bier. Quando quiser degustar me avise.
ResponderExcluirParabéns pelo Blog.
João Gonçales - joao@danabier.com.br
João,
ResponderExcluirTemos ouvido (e lido) maravilhas sobre a Dana Bier. Vai ser um prazer degustá-la.
Abraços,
Débora e Fernando