Se você respondeu sim para as quatro alternativas, precisa ir até a Granja Julieta para conhecer a cantina Arancini.
O nome foi inspirado no arancino (no plural, arancini), delicioso bolinho sicilliano feito de risoto e recheado com mussarela e molho à bolonhesa.
Segundo o Seu Luigi, proprietário da cantina, na Sicíllia os únicos estabelecimentos comerciais que não vendem arancino são as farmácias. Em São Paulo só uma outra cantina além do Seu Luigi se arrisca a fazer.
Seu Luigi que, por sinal, é um caso á parte. Cultiva em seu sítio as verduras e legumes sem agrotóxicos usados na composição dos pratos. Até pouco tempo comandava a cozinha, recentemente passou o bastão para sua filha, mas continua supervisionando tudo. Cuida do atendimento no período da noite, sempre disposto a mostrar sua paixão pela cozinha italiana aos clientes interessados em conhecer um pouco da história de cada sabor experimentado. Na conversa surgirão até dicas de roteiros turísticos indispensáveis em uma visita à Itália.
Você sairá de lá sabendo, por exemplo, a que regiões da Bota uma longa viagem de trem é muito mais interessante que a praticidade de um rápido vôo. O velho Luigi é um desses personagens que fazem a gente gostar de verdade de conhecer novos restaurantes e de escrever sobre eles.
E a melhor forma de provar os vários sabores de sua cantina é optar pelo Festival Italiano, que custa R$ 26,90 durante a semana e R$ 28,90 aos sábados, domingos e feriados. O espetáculo começa com sardela, berinjela e abobrinha temperadas.
Nesse momento, se você estiver lá pela primeira vez irá ouvir o promissor aviso do Seu Luigi: “manere nas entradas porque a cantina não é francesa, é italiana”.
A segunda atração pode ser uma salada ou, nos dias frios, uma sopa como o fidelini in brodo, com gostinho de casa da avó.
Quando já tiver esquecido do frio, será servido dos obrigatórios arancini sicillianos. Não ouse recusar!
A esta altura você já estará no final da primeira taça do vinho artesanal que um amigo do Luigi elabora em Bragança Paulista para consumo próprio (e por camaradagem vende só para a cantina). Eis que chega o prato principal: duas massas e uma carne que podem ser repetidas à vontade.
Tivemos a sorte de provar um bom canelone de ricota e a dádiva de poder experimentar o sensacional fettucine verdi al pesto genovese e a levíssima polpetta a parmigiana. Os dois últimos são seríssimos candidatos a melhor massa e melhor polpetta já degustadas pelos escribas desta página.
Se for perfeccionista ao extremo, encerre com a crostata de frutas da época com sorvete de creme.

E se faltar coragem para voltar à vida real e enfrentar o frio lá de fora, se aqueça com o cálice de limoncello caseiro incluso no festival.
Sugestão do chef: A melhor sugestão é: vá ao restaurante. Mas como gostamos de usar este espaço para destacar algo que não dissemos no texto, fique sabendo que é possível levar pra casa massas, molhos, geléias e sobremesas de produção artesanal. Outro ponto importante é que Seu Luigi também traz do pomar de seu sítio as frutas que compõem os sucos servidos na casa. Onde mais é possível beber sucos orgânicos de laranja champagne ou de limão sicilliano com hortelã?
Arancini: Av. João Carlos da Silva Borges, 1211 – Granja Julieta – São Paulo – SP – tel.: (11) 5641-9774 – http://www.arancini.com.br/
O ambiente é muito aconchegante. Nos dias de sol dá pra escutar os passarinhos cantando nas árvores da viela e avistar o gato de um dos vizinhos deitado na calçada, bem preguiçoso enquanto toma seu banho.
E com tanto sossego não é à toa que as guloseimas são cuidadosamente preparadas, em especial os doces, já que boa parte deles é produzida manualmente, detalhe por detalhe. A vitrine dá água na boca!
Como já tínhamos almoçado, passamos por lá apenas para comer uma sobremesa. Optamos pela mousse de champagne com frutas vermelhas (R$ 6,80) e o Duge, feito à base de mousse de brigadeiro (R$ 6,50).
O Fernando ainda pediu o coffee rum (expresso com rum, leite e raspas de chocolate). Tudo delicioso, como sempre.
A casa também serve salgados, pães, chás Twining, shakes, sucos, smothies, quiches, saladas, sopas e vinhos. Boa parte do que é preparado no local pode ser consumido à vontade no excelente buffet de café da manhã que acontece aos sábados, domingos e feriados, das 8:30 às 14:00 (R4 17,90 por pessoa).
Depois do nariz de cera que se estendeu por dois parágrafos e da frustrada tentativa de ser engraçado, só me resta mesmo o recurso da objetividade. O couvert custa R$ 8,90 e inclui pão, torrada, manteiga, vinagrete, berinjela em conserva e um excelente chimichurri.


A fachada do lugar é muito charmosa. Já seu interior possui decoração simples e as mesas são bem pequenas, sobrando pouco espaço para acomodar as coisas.
Mas esses detalhes passam despercebidos quando o pedido chega, já que tudo preparado no local é muito gostoso e caprichado.
Outra boa opção da casa é a variedade de tortas salgadas que vêm acompanhadas de salada (R$ 8,70). Escolhemos a de abobrinha com parmesão e nos encantamos com a cremosidade da massa e o sabor exótico do recheio.
Para finalizar, só há uma coisa que podemos dizer para a família Menutti, proprietária do estabelecimento: muchas gracias!

O cardápio inclui desde pizzas tradicionais, como a Caprese (R$ 28 a individual, R$ 36 a média e R$ 38 a grande) até especiais, com destaque para a Brascatta, que leva molho de tomate, queijo brie, rúcula, peito de peru e fatias de maçã verde (R$ 29, 36, 39).
Quem não dispensa uma entrada para abrir o apetite, pode escolher entre o pão de calabresa (R$ 6,90 a fatia) e o corniccione de alecrim (R$ 10). Tudo bom, porém nada espetacular.
Infelizmente não foi a melhor escolha, já que a massa veio seca e a quantidade de recheio foi insuficiente para destacar o doce da marca italiana.
Por R$ 5 a unidade, o pão de mel recheado de geléia de morango faz sucesso entre os freqüentadores do Centro da cidade. Como opção salgada, a sugestão é o Pão São Bento (R$ 12), feito à base de mandioquinha.

