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8 de fev. de 2011

A cozinha-arte do Maní

Datas especiais merecem lugares especiais. Pelo menos é isso o que acontece em todas as nossas celebrações.
Chegamos ao Maní por volta das 13h de um domingo e não ficamos nem dez minutos na fila de espera. Mas demos sorte. Pouco tempo depois o simpático corredor com vista para a cozinha estava lotado.

Por trás da data especial que envolvia a nossa comemoração, havia uma enorme expectativa em relação ao trabalho executado pela “pareja” de chefs Helena Rizzo e Daniel Redondo.
A decoração de extremo bom gosto mescla itens rústicos, despojados, finos e retrôs. O ambiente é muito agradável e acolhedor, certamente preparado para os visitantes sentirem vontade de ficar horas por lá.
Queijo de cabra com pimenta rosa, coalhada seca, manteiga com flor de sal e ótimos pães quentinhos foram a nossa primeira boa impressão em relação à comida do local. Mas o melhor do couvert (R$ 12 por pessoa) foi a placa de biscoito de polvilho, uma espécie de gostinho "casa da vó" para adultos.

O drink sem álcool Zero Zero – abacaxi, limão, hortelã e soda (R$ 15) – não empolgou tanto quanto a combinação simples de espumante e frutas vermelhas do Kir Maní (R$ 21).

E eis que chegaram os pratos principais, ou melhor, as obras de arte em forma de comida. Que apresentação linda!
O Peixe do dia a baixa temperatura no Tucupi com Banana da terra e migalhas do Maní (R$ 61), trazia ingredientes brasileiros apresentados de forma única e criativa. Gostamos muito de provar o tucupi servido como uma espuma no estilo Ferran Adrià. Conseguimos sentir claramente o sabor de cada ingrediente, mesmo dos mais delicados.

Aprovado também foi o Atum levemente grelhado com Quinua, Chutney de Amoras, Espuma de Gengibre e Shissô (R$ 66). Peixe cozido no ponto certo, quinua soltinha, espuma de gengibre saborosa, cremosa e consistente. E o que dizer do chutney de amoras? Espetacular!

Foi bem difícil escolher a sobremesa pois todas as propostas são muito interessantes. Inclusive, precisamos voltar ao Maní apenas para experimentar todas as opções doces do cardápio.
Decidimos conhecer a versão elaborada para o tradicional Açaí, que no Maní é feita com banana nanica, gelatina de guaraná, farofa de aveia, marshmallow de açúcar mascavo, raspadinha de morango e sorvete de açaí (R$ 18). Sobremesa original, colorida, leve e bem exótica.

Ficamos curiosos para saber como seria um doce cujo nome é "O Ovo" (R$ 18). Resultado: gostamos muito do sorvete de gemada com espuma de coco e coquinhos crocantes.

Para finalizar nosso almoço artístico, cafezinho Nespresso (R$ 5,80) e a conta.

Claro que a experiência não saiu barata, mas o custo-benefício foi muito positivo. Comida caprichada, saborosa e visualmente atrativa, ingredientes de alta qualidade, atendimento gentil e eficiente. Aliás, não deve ser nada barato manter toda aquela quantidade de garçons.
O Maní não é um restaurante que podemos frequentar em intervalos curtos, mas afirmamos que ele está na lista dos lugares especiais para voltarmos quando a vida nos presentear com boas e grandiosas surpresas.

Sugestão do chef: o Manioca é o espaço para eventos do Maní, em funcionamento ao lado do restaurante. Apesar de pequeno, o ambiente é lindo e tem uma agradável área ao ar livre.

Maní: Rua Joaquim Antunes, 210 – Jardim Paulistano – São Paulo – SP – Tel.: (11) 3085-4148

25 de ago. de 2008

SPRW – Chakras

Depois da decepção com o Eñe, refizemos a programação para a São Paulo Restaurant Week e começamos o tour gastronômico com um almoço no Chakras.

Ao entrar no restaurante é impossível não se impressionar com o bom gosto da decoração, de característica oriental. O lugar é lindo!

Prontamente os garçons, todos muito atenciosos, nos trouxeram o cardápio. E não foi fácil selecionar apenas uma das quatro combinações criadas especialmente para a SPRW.
Como entrada escolhemos Tartine de avocado com queijo brie e aroma de especiarias. A quantidade de queijo foi generosa e como ele estava levemente gratinado, ficou com a textura ainda mais interessante.

Para o prato principal o Fernando foi de Trittico di Gnocchi, uma degustação de três tipos de gnocchi (abóbora com molho de tomate, espinafre com molho de noz moscada e batata ao molho de queijo). Todos muito diferentes, leves e saborosos.

Eu preferi Confit de galinha da Índia ao molho poivre e risoto de lentilha. O prato estava excelente, a combinação do risoto apimentado com a carne de galinha foi perfeita.

Na hora das sobremesas nos dividimos novamente. O Fernando gostou da Torta Mousse aos três chocolates. Um doce bem leve que destacou com clareza o sabor de cada tipo de chocolate (branco, ao leite e amargo).

Eu resolvi arriscar uma sobremesa que, para agradar de verdade, precisa ser bem executada: Mille Foglie (mil folhas) com recheio de creme de baunilha e fricassé de morangos.
Não me decepcionei. Estava muito bem feita, assim como tudo o que provamos por lá.

Pelos R$ 25 cobrados por pessoa para o menu do almoço (entrada, prato principal e sobremesa), o Chakras ainda incluiu o couvert, que trazia irresistíveis lascas de pão temperado e molho chutney.

Sem dúvida escolhemos muito bem o primeiro restaurante para o aproveitar a SPRW. E depois da gastronomia apresentada no Chakras, superamos completamente a decepção com a “meia participação” do Eñe no evento.

Sugestão do chef: pra quem gostou do local e quer ter uma idéia dos pratos fixos do Chakras, no site do restaurante é possível ver o cardápio completo já com os preços.

Chakras: Rua Melo Alves, 294 – Jardins – São Paulo – SP. Tel. (11) 3062-8813

3 de ago. de 2008

Alta gastronomia no Renaissance

O Hotel Renaissance convidou blogueiros e jornalistas para apresentar as novidades de sua área gastronômica em uma degustação itinerante, com pratos harmonizados com vinhos da importadora Expand.


Começamos pelo Lobby Sushi, um espaço recém-criado com a expectativa de atrair hóspedes e pessoas que freqüentam a região após as 18 horas.

Para a ocasião, o chef Paulo Uehara montou um combinado com sushi de salmão e ovas de peixe, sushi de mini-polvo e sushi de enguia, acompanhados pelo chirashizushi, uma tigela de arroz coberta com sashimi de atum e de salmão, pepino, nabo, shitake e camarão.

O frescor de todos ingredientes estava evidente e a Débora, que é muito mais fã de comida japonesa - aliás, ela é fã, eu não - achou tudo delicioso. Eu preferi voltar a minha atenção para o Faìve Rosé Brut (R$ 78), bem leve e doce no final.


Demos uma olhada no cardápio e vimos que os temakis têm preço variando entre R$ 13 e R$ 17,50. Não experimentamos, mas achamos interessante o suporte que o acomodava.

Já o Chefs Signature's, combinado de sashimi, nigiri e rolls, sai por R$ 52 o individual e R$ 98, para duas pessoas.
Deixamos o sushi-bar em direção ao Terraço Jardins, o (sóbrio) espaço de alta gastronomia do Renaissance, que agora passa a ter uma área reservada ao chá da tarde.



O chef Gayber Silveira, eleito o melhor da rede no mundo, preparou um prato com carré de cordeiro e carré de javali com aspargos, espuma de hortelã e uma maravilhosa polenta recheada com queijo de cabra. Estava excelente. Nunca tínhamos comido javali e gostamos muito, a carne é macia e tem sabor suave.

O vinho foi o Brunello de Montalcino (R$ 298), sem dúvida o melhor da noite.

Antes do próximo prato chegar, limpamos o paladar com o sorbet de capim santo.

Em seguida fomos servidos de filet mignon grelhado com foie gras e palmito pupunha. Carne no ponto e com um tempero primoroso. A pupunha foi o destaque e superou o sabor do foie gras – inclusive nos certificamos de que podemos viver sem ele.

Para harmonizar, fomos servidos do chileno Terrunyo Carménère Peumo Valley 2005, da Concha Y Toro. Percebemos uma acidez maior que a do vinho anterior, mas também gostamos (R$ 148).

Espiamos o cardápio e vimos que os preços de pratos com carne variam entre R$ 48 e R$ 62. Já os peixes saem por algo entre R$ 54 e R$ 68.
E foi no último espaço que eu me senti mais à vontade – e a Débora disse o mesmo. Localizado entre a piscina e a academia, o Bytes é a área de alimentação rápida do hotel. Estações de computador e algumas mesas altas tornam o clima mais informal.


O cardápio, escrito em lousas enormes, traz sanduíches e saladas, algumas com ingredientes orgânicos e preços mais “encaráveis”: entre R$ 19 e R$ 23. Foi lá que nos serviram as mini-sobremesas: espuma de chocolate, creme bruleé de pistache (meu preferido), torrone com chocolate e pistache, além de um doce bem leve à base de iogurte e blueberry.

Os doces foram harmonizados com um Jerez, o Lustau Solera Reserva Península Palo Cortado (R$ 135). Um vinho do Porto teria agradado mais ao nosso paladar.

Sugestão do chef: ao contrário dos locais que costumamos visitar, em geral com preços bem mais acessíveis, os restaurantes do Renaissance e os vinhos que degustamos não são opções para o dia-a-dia – pelo menos não para o nosso. Porém, a ótima gastronomia do Terraço Jardins e do Lobby Sushi tornam esses espaços opções interessantes para uma comemoração ou um momento especial. Já os preços cobrados no Bytes não diferem tanto das boas casas de alimentação rápida e este pode ser o ponto de partida para quem se interessou em conhecer a gastronomia do hotel.

Hotel Renaissance: Al. Santos, 2.233, Jardins – São Paulo - SP - Tel: (11) 3069-2233
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